Cariocas, em geral, gostam de se manter em forma. Com os tijucanos,
não poderia ser diferente. Com muitas academias e espaços para
exercícios ao ar livre, como o entorno do Maracanã e as praças Afonso
Pena, Saens Peña e Xavier de Brito, todos sempre cheios de
frequentadores, a Tijuca é um bairro propício a atividades físicas. Mas é
em uma sala na Rua Conde de Bonfim 297 que esta corrida em busca da boa
forma aparece de maneira mais pungente. Ali, funciona a filial tijucana
do Vigilantes do Peso — programa mundial de emagrecimento surgido nos
anos 60 nos EUA — que é a que tem mais associados em todo o Brasil.
—
É uma frequência semanal de mais ou menos 800 pessoas. Um recorde. São
14 reuniões de segunda a sábado. No país, funcionamos em 12 estados e há
351 locais de reunião. A média de associados por semana no Brasil é de
24 mil — diz Lilia Gasparini, gerente das filiais do Rio de Janeiro.
Ela conta que, toda semana, há palestras com orientadores que emagreceram e aprenderam a manter o peso com o programa.
—
Acho que o Vigilantes faz este sucesso, seja aqui na Tijuca ou em
outros bairros, devido às palestras. Aqui todos têm na frente um exemplo
de que, se você quiser e traçar uma meta, basta ter força de vontade
para obter um bom resultado. Uma das nossas funcionárias perdeu 50
quilos. Nosso trabalho é motivacional e, em cada semana, temos um tema
diferente para debater — diz Lilia.
Nesses encontros, os
associados são pesados e participam das discussões. Além disso, recebem
orientação nutricional baseada em um programa de pontos, que varia de
acordo com o sexo, a altura, a idade e o peso do associado. A
palestrante Rosineide Silva afirma que a grande vantagem é que o
programa é bastante flexível e que não há restrição alimentar. Ou seja,
todos os alimentos são permitidos.
— Vida é equilíbrio. Tem que
haver moderação para tudo. E no programa dos Vigilantes, nós primamos
por isso. Você pode comer de tudo, mas de uma forma balanceada. Propomos
uma redução de peso de forma gradativa e sustentável. Aqui na Tijuca,
por exemplo, se levarmos em conta o peso perdido por todos os associados
no último ano, chagamos a mais de dez toneladas — afirma Rosineide.
Associada
vitalícia, a médica Cristiane Reichardt, de 43 anos, ingressou no
Vigilantes do Peso em 1998 e continua frequentando as reuniões.
—
Vim mais pela saúde do que pela estética. Perdi 16 quilos e sempre
consegui manter o peso. Com o incentivo dos colegas, comecei também a
fazer natação, a correr e a pedalar no entorno do Maracanã.
Para
Vivian Gonçalves, empresária de 33 anos, que perdeu 15 quilos desde que
se associou, em maio do ano passado, as reuniões mostram que o
emagrecimento tem que estar ligado a algo saudável.
— Muita gente
toma remédio e faz até cirurgia. Isso faz mal ao corpo e é muito
radical. Não vale a pena. Tem também pessoas que acham que emagrecer é
comer muito pouco, e acabam se alimentando muito mal. Aqui, pelo
contrário, você aprende a comer bem e, ao mesmo tempo, perder peso.
Esportes também são sempre bem-vindos. Adoro fazer spinning e acabei unindo o útil ao agradável — diz.
Já
a estudante de Administração Monique Marques, de 20 anos e moradora de
Vila Isabel, contaque entrou há duas semanas no programa.
— Passei
seis meses em intercâmbio nos EUA. Não praticava esportes, me
alimentava muito mal, e acabei ganhando peso. Voltei decidida em fazer
uma dieta e a primeira coisa que veio na cabeça foi o Vigilantes. Estou
malhando pesado também — diz Monique, confiante.